Banda/ Conjunto Musical
O processo de fundação da Banda AfroBrasil está intimamente vinculado ao Encontro dos Tambores, manifestação cultural que promove o intercâmbio de comunidades afrodescendentes e quilombolas do Estado do Amapá. O ano era 2004, quando os músicos responsáveis pelos cânticos da dançante Missa dos Quilombos, perceberam que a sonoridade oriunda daquele encontro, lhes renderia uma pesquisa onde fosse possível mesclar influências afro quilombolas, de parte dos músicos, contidas nos tambores de Batuque e Marabaixo, com instrumentos harmônicos, melódicos e metais, criando uma sonoridade que apesar das influências mundiais, tem a cara, a cor, os costumes e as crenças do povo do Quilombo do Curiaú.
Composta em sua essência por músicos afrodescendentes e quilombolas, oriundos do Quilombo do Curiaú, a banda tem se empenhado em manter viva suas principais referências culturais, o Marabaixo e o Batuque, ao mesmo tempo em que recorre a arranjos rebuscados, apresentando releituras de “Ladrões” e “Bandaias” tradicionais, em contextos pra lá de modernos.
Em 2011, por ocasião do I Festival de Ladrão de Marabaixo, realizado na União dos Negros do Amapá – UNA, a banda gravou o primeiro e único álbum de sua carreira. Trata-se do CD/ DVD intitulado “Uma Canção Para o Amapá”, gravado ao vivo.
A inexistência de politicas públicas de fomento e incentivo à cultura, inviabilizaram a produção de um segundo álbum, porém, a banda seguiu alçando voos, cada vez mais altos, e cada vez mais próximo da auto sustentabilidade, sempre marcando presença nos principais projetos e eventos de difusão da cultura e das artes.
No ano de 2015 participou do projeto Festa do Quilombo, ao lado de grandes nomes da arte e da cultura amapaense, realizando shows no Espaço Serralheria, em São Paulo-SP. Em 2017, a banda participou do projeto Noites de Marabaixo, que apresentou os ritmos, músicas e danças do Estado do Amapá no SESC Pompéia – SP, cuja curadoria fora de Dante Ozetti. Em 2019 apresentou o show Festa na Senzala nas cidades de Recife-PE, Rio DE Janeiro – RJ e Fortaleza – CE, através do projeto Preces, Louvores e Batuques do Quilombo do Curiaú, selecionado no Edital de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural – 2019-2020.
Passados 15 (quinze) anos, ha alguns passos da concretização de seu segundo álbum, a banda segue seu intuito de se consolidar, alicerçando uma proposta musical, cuja sonoridade exalta a riqueza e diversidade da cultura do Extremo Norte do Brasil, evocando a força ancestral contida no tambor, em canções que flertam com o cacicó, zouk e o reggae.